Jornal do Brasil: Conselho Regional de Farmácia alerta sobre uso indiscriminado de medicamentos

Na próxima terça-feira, dia 5 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. A data foi escolhida para conscientizar a população sobre os riscos da automedicação. No Brasil, milhares de pessoas são acometidas por agravantes em suas doenças, ou até mesmo a morte, devido à intoxicação medicamentosa. Segundo dados da Fiocruz, aproximadamente 30% dos casos de intoxicação acontecem por uso indiscriminado de medicamentos de forma errada ou aumento da dose por conta própria, sem orientação médica.

 

 

Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF-RJ), Marcus Athila, a população deve ser incentivada a ampliar as boas práticas. "Sempre alertamos a população sobre os riscos da automedicação, com campanhas sociais durante todo ano, além disso prestamos serviços de saúde e na atenção farmacêutica chamamos atenção os usuários sobre os perigos e graves riscos da automedicação", acrescentou.

O uso indiscriminado de medicamentos pode causar danos à saúde, como alergias, hemorragias e graves lesões no estômago. Algumas das razões identificadas para a automedicação são dificuldades de acesso aos profissionais no serviço de saúde pública, opiniões de desconhecidos ou repetição de receitas já passadas por conta de sintomas semelhantes.

A automedicação pode gerar doses acima do permitido ou necessárias, interrupção do uso do medicamento antes do prazo ou o não conhecimento dos efeitos colaterais das substâncias do medicamento. Como consequência, o paciente pode camuflar patologias mais graves, potencializar, inibir ou anular o efeito de outros medicamentos que já estejam sendo ministrados, dependência química e até á óbito. No Brasil, 138.136 pessoas sofreram problemas devido a automedicação ou uso incorreto dos medicamentos entre 2008 e 2012 (uma média de 27 mil ao ano), conforme revelam os dados mais recentes do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas) do Instituto Fiocruz.

 

Texto publicado no Jornal do Brasil no dia 4 de maio de 2015