Riscos da automedicação cresce com o aumento de doenças respiratórias no inverno

Entre os corredores e prateleiras, uma infinidade de sabores, formatos e embalagens. Com uma cestinha, o cliente "faz a feira" com a fartura de produtos — tudo ao alcance da mão. Com o cenário semelhante ao de um mercado, a facilidade na venda de remédios em drogarias é apenas um dos fatores que levam à automedicação.

Os principais remédios usados em automedicações são os antitérmicos, analgésicos, anti-inflamatórios e xaropes para tosse.

— Remédio deve ser usado quando a relação entre o risco e o benefício valha a pena. E isso é analisado por um médico. A aspirina, por exemplo, pode causar hemorragia, se usada indiscriminadamente. A dipirona pode causar reações como, hipersensibilidade e choque anafilático — explicou o professor de endocrinologia da PUC-Rio Walmir Coutinho.

No inverno, doenças, como gripe, resfriado, rinite, sinusite e bronquite triplicam, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somado à falta de informação e à precariedade dos serviços públicos, 3 em 4 brasileiros se automedicam.

O chefe da clínica médica do Hospital Rios D´Or, Mauro Castanharo, ressaltou que um dos principais riscos é o diagnóstico tardio.

— As pessoas postergam a procura pelo médico. E isso pode adiar o diagnóstico de doenças mais graves.

No inverno, as doenças se multiplicam
O inverno começou oficialmente nesta segunda-feira, 20, às 19h34m. O frio veio um pouco antes e, consequentemente, já vem causando o aumento das doenças respiratórias.

A estação mais fria do ano, traz consigo baixa umidade, resfriamento do ar e a proliferação dos vírus.

— Quando aparece uma dor de cabeça ou um resfriado, não vamos ao médico, vamos à farmácia — lembra o clínico geral Luiz Roberto Fernandes, do Hospital São Francisco na Providência de Deus, que ainda ressalta que a automedicação não é proibida — O problema é o uso excessivo.

A vacinação e os cuidados com a higiene e aglomerações evitam doenças.

Quais os riscos?

Analgésicos e anti-inflamatórios:
Os analgésicos são usados para dores leves e moderadas, como a dor de cabeça. Os anti-inflamatórios combatem dores decorrentes de inflamações. O uso indiscriminado pode agravar problemas gástricos, ter ação anticoagulante, provocar hemorragias, prejudicar pacientes com problemas cardíaco ou renal e agravar a hipertensão.

Antitérmicos:
Os antitérmicos são usados para diminuir e estabilizar a temperatura do corpo. Pessoas com reação alérgica , ao usar o antitérmicos, podem sofrer edemas da glote, impedindo a passagem de ar para os pulmões, e coceira.

Descongestionante nasal:
Usado quando o nariz entope, o descongestionante constante pode causar taquicardia, elevação da pressão arterial, dependência e rinite medicamentosa.

Fonte: Extra