Perda de cromossomos Y pode levar ao Alzheimer, diz pesquisa sueca

A perda de cromossomos Y em grupos de células sanguíneas ao longo do tempo é uma das teorias mais bem-aceitas sobre a razão de a expectativa de vida masculina ser, em média, menor que a feminina. Pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, relataram, no American Journal of Human Genetics, outro desfecho negativo para essa dissolução cromossômica: homens cujas amostras de sangue indicam perda do cromossomo Y desenvolvem a doença de Alzheimer com a mesma frequência que pessoas nascidas com genes associados ao risco aumentado para a enfermidade neurodegenerativa.

A maioria das pesquisas genéticas hoje é focada em variantes genéticas hereditárias "mutações que são herdadas pelos descendentes. Mas o que nós estudamos foram as mutações pós-zigóticas, adquiridas durante a vida", explica o autor-sênior Lars Forsberg, pesquisador do Departamento de Imunologia, Genética e Patologia da universidade sueca. Uma dessas mutações é justamente a perda de cromossomos Y, um prejuízo observado em até 17% dos homens, especialmente nos mais velhos e também entre tabagistas.

Os pesquisadores acreditam que a perda do cromossomo possa ser um biomarcador preditivo para o Alzheimer e também para cânceres. As conclusões são resultado da análise minuciosa de amostras de sangue doadas regularmente por mais de 3 mil homens que participaram de estudos de longo prazo: a Iniciativa Europeia para doença de Alzheimer, o Estudo Longitudinal de Homens Adultos e a Investigação Prospectiva da Vasculatura em Idosos de Uppsala.

Fonte: Correio Braziliense