Índice para reajuste de medicamentos deve ser fixado pelo governo em 12,5%

A crise econômica está afetando o setor farmacêutico e, pela primeira vez em mais de 10 anos, o governo deve determinar um reajuste anual de preços acima da inflação. Os medicamentos poderão subir até 12,5% a partir de 31 de março, mas o consumidor deve perceber o aumento gradualmente, conforme as farmácias forem renovando os seus estoques. As oscilações do câmbio e o aumento expressivo da energia elétrica tiveram grande influência na mudança.
Os medicamentos têm os preços controlados pelo governo, que realiza um reajuste anual com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Neste ano, a inflação entre março de 2015 e fevereiro de 2016 foi fixada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10,36%. Além disso, outros três fatores são usados para definir as faixas de correção.

O primeiro fator considera a produtividade da indústria, que fora positiva nos últimos anos. Já o segundo se baseia na concorrência das classes terapêuticas para estabelecer faixas distintas de reajustes. Por último, o terceiro fator pondera forças econômicas como câmbio e energia elétrica na equação.

Desta vez, a produtividade da indústria foi negativa, ou seja, a mão de obra contratada produziu menos que no ano anterior. Assim, os fatores de produtividade acabaram sendo anulados e, com isso, o governo determinou apenas uma faixa de reajuste para todo o setor.

O terceiro fator, divulgado ontem, adicionou 2,14 pontos percentuais ao IPCA, devido à desvalorização do real frente ao dólar e aos aumentos no valor da energia elétrica.

"O cálculo do governo mostra com clareza que até a indústria farmacêutica, normalmente menos prejudicada por crises econômicas, está sendo atingida pelo momento difícil que o Brasil enfrenta", afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Fonte: Paraíba Total