Cortar açúcar pode melhorar a saúde em nove dias, diz estudo

Pesquisadores afirmam, a partir de um novo estudo, que a redução no consumo de açúcar pode melhorar a saúde das pessoas em nove dias. A constatação veio de um monitoramento com crianças obesas, que obtiveram redução da pressão arterial e do colesterol em menos de duas semanas após alterações em suas dietas.

Segundo os pesquisadores, os impactos do açúcar no organismo ainda são muito subestimados pelas pessoas. Eles afirmam que o açúcar se mostrou metabolicamente prejudicial no estudo não apenas por causa de suas calorias, mas por causar alterações particulares no organismo.

No estudo, realizado no hospital infantil da Universidade da Califórnia em São Francisco, foram monitoradas 43 crianças e jovens com idades entre 9 e 18 anos que tinham buscado atendimento no hospital por causa de seu peso e problemas de saúde relacionados a essa condição.

Ao longo de nove dias, eles receberam alimentos preparados pela clínica e foram pesados diariamente. A adição de açúcar em suas dietas foi reduzida de 28% para 10% e a frutose - um tipo de açúcar considerado particularmente problemático - de 12% para 4% do total de calorias. Alimentos açucarados foram substituídos por alimentos ricos em amido, como cachorros-quentes, batatas fritas e pizza.

Ao fim deste período, dizem os pesquisadores, a maioria dos aspectos da saúde metabólica das crianças melhorou: pressão arterial diastólica, "mau" colesterol LDL e triglicérides caíram e os níveis de insulina foram reduzidos em um terço. Além disso, os resultados dos testes de funcionamento do fígado tiveram melhores resultados.

O estudo foi conduzido pelo endocrinologista pediátrico americano Robert Lustig, autor do livro "Fat Chance: a verdade escondida sobre o açúcar" (em tradução livre) e publicado na revista “Obesity”. Mas também houve quem contestasse os resultados.

- Os resultados não são convincentes para mim. É um estudo muito pequeno, e não foi estatisticamente bem controlado - disse Naveed Sattar, professor de medicina metabólica na Universidade de Glasgow ao “The Guardian”.

Tom Sanders, professor emérito de nutrição e dietética da Kings College London também questionou os resultados, dado que o açúcar e amido contêm aproximadamente a mesma quantidade de calorias por grama.

- É inconcebível que a substituição isocalórica de açúcar a partir de amido teria um efeito tão grande sobre o metabolismo. Na verdade, isso contradiz as leis básicas da termodinâmica.

Fonte: O Globo