Riscos da automedicação aumentam com a idade

No tempo dos nossos avós, eles curavam várias moléstias tomando chás. As infusões e cocções eram os remédios que usavam e que também davam para toda a família, quando precisavam combater dores de barriga, resfriados, enjoos… Chazinho e cama era receita para (quase) tudo. Hoje, isso mudou. A turma da terceira idade está se medicando com chás, sim, mas também com muito remédio de farmácia, e o que é muito perigoso: entre as pessoas desta faixa etária, cresce sem parar o hábito da automedicação.

_ O que a gente tem aí para dor nas costas, seu José? _ Perguntou uma senhora de cabelos bem branquinhos que estava ao meu lado no balcão da farmácia da esquina. O atendente mostrou vários relaxantes musculares e remédios para dor, mas sugeriu que antes ela consultasse um médico. Ela riu, e disse que não precisava, porque era só uma dorzinha no meio das costas, especialmente quando respirava mais fundo. Fui atendida, saí da loja e ela continuava lá, conversando. Não se se acabou levando ou não algum medicamento.

A verdade é que hoje é muito fácil adquirir medicamentos por conta própria, e as pessoas optam pela praticidade. Ou, então, porque estão com dor e não podem esperar até a data agendada para a consulta (seja pelo SUS ou outro convênio de saúde). O problema é que os efeitos colaterais de alguns remédios podem trazer riscos a saúde, em especial no caso dos idosos. Entre os mais consumidos estão os antigripais, relaxantes, vitaminas e laxantes, que se combinados com outros medicamentos pode trazer consequências sérias à saúde.

Segundo o farmacêutico André Santos, a automedicação na terceira idade é mais prejudicial, pois as reações ocorrem de maneira distinta das pessoas mais jovens (e geralmente mais fortes), o que pode levar à piora dos sintomas do quadro clínico. “Os medicamentos devem ser usados de forma racional, a partir de uma prescrição médica segura e efetiva, partindo de um diagnóstico preciso”, diz ele. E quando isto não for possível, deve-se pelo menos conversar com o farmacêutico do estabelecimento, que está apto a ajudar.

Fonte: Blog da Viviane Bevilacqua