Medicamento possibilita melhor qualidade de vida a pessoas com autismo

Pesquisa publicada em agosto deste ano pela revista World Neurosurgery mostra que, entre os 80 adultos portadores de síndrome de Down analisados, 31% apresentavam instabilidade na transição craniocervical, ou seja, na porção mais alta do pescoço em que se apoia a cabeça. O Ministério da Saúde passará a oferecer medicamento para tratamento dos sintomas do autismo, conhecido como risperidona. A fórmula será incorporada ao SUS a partir de 2015, com o objetivo de auxiliar nas crises de irritação, agressividade e agitação.

De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas no mundo devem ter a doença. No Brasil, a estimativa é de que esse número alcance dois milhões de pessoas. Segundo a neuropediatra Lara Cristina Antunes dos Santos, neuropediatra, trata-se de uma medida que tem tido boa resposta para alguns casos de autismo, ou seja, somente naqueles com sintomas negativos. "Na criança autista, observamos os seguintes sinais: diminuição na interação, apego à rotina e a movimentos estereotipados. Os sintomas negativos ocorrem quando é preciso tirar a criança da rotina por algum motivo e ela reage de forma negativa. Por exemplo, grita, corre, pula, chora muito, balança o corpo ou agita as mãos no ar. E, às vezes, é difícil consolar a criança e fazer com que ela aprenda alguma atividade ou interaja de alguma forma com o meio e com as pessoas quando os sintomas negativos aparecem com muita frequência", explica.

Portanto, segundo a médica, o medicamento tem uma ação importante para esses casos em que a criança chega a agredir as pessoas, por não entender ou não conseguir fazer aquilo que é pedido a ela. "Não observamos uma sedação da criança, a não ser nos primeiros 15 a 20 dias, em que isso pode ou não acontecer. Pode ocorrer também o contrário; às vezes, a criança pode ficar mais agitada até voltar ao normal, previsto no efeito positivo da medicação. Em geral, a medicação diminui os sintomas negativos. A criança passa, portanto, a se interessar melhor e de forma mais adequada ao que acontece ao redor ou em relação às pessoas", frisa Lara.

A neuropediatra alerta, no entanto, que a medicação não promove essa interação por si só, mas ela possibilita que a criança respónda à estimulação que está sendo fornecida a ela através do ambiente, das pessoas e da terapia, ou seja, de todo o contexto, já que não terá mais a ação dos sintomas negativos.

 

Fonte: JM Online