Uso de medicamentos humanos em animais pode ser fatal

A tendência de humanizar os animais de companhia pode ser um risco à saúde dos pets, quando se refere a doenças e seus tratamentos. Hoje, eles sofrem de patologias comuns em pessoas, como colesterol alto, diabetes, pressão alta, problemas renais e câncer. Apesar de a medicina veterinária ter sido criada para ajudá-los, muitos tutores, sem conhecimento, medicam seu cão ou gato com drogas específicas para humanos. "As consequências podem ser devastadoras e até letais", ressalta Mariana Paranhos, médica veterinária da UCBVET Saúde Animal.

De acordo com a especialista, há medicamentos que podem ser utilizados por animais e humanos, porém, a posologia dependerá de cada caso. "Quando o veterinário indica um remédio, vários fatores são levados em consideração para definir a dose ideal, como espécie, condição clínica, peso, idade, entre outros. Por isso, é extremamente importante consultá-lo antes de administrar qualquer produto", orienta.

Mariana também lembra que se deve dar preferência a produtos veterinários, pois eles foram desenvolvidos especialmente para os animais, garantindo maior segurança e facilidade na administração. "Além disso, todo medicamento deve ser mantido fora do alcance deles", completa.

Tipos de medicamentos

Os anti-inflamatórios humanos são medicamentos que não devem ser administrados em animais, a não ser sob prescrição e acompanhamento de um especialista. Isso porque o uso inadvertido pode causar lesões no trato gastrintestinal, como úlceras gástricas e intestinais, além de sinais de intoxicação, como vômitos, letargia, falta de apetite e depressão. Em casos mais graves, pode levar à falência hepática e renal e até à morte.

O paracetamol – ou acetaminofen –, por exemplo, é um ativo muito conhecido no mercado e está presente em vários medicamentos. De acordo com médica veterinária da UCBVET, o produto pode, mesmo em baixas doses, causar efeitos tóxicos aos animais. "Ele é o principal analgésico de uso humano responsável pela intoxicação de cães e gatos", afirma.

Apesar de terem a venda restrita apenas mediante a apresentação de receita médica, antidepressivos e antibióticos são facilmente encontrados em residências, tornando-se potenciais riscos aos pets, seja por ingestão acidental ou administração indevida. "Alguns antibióticos não devem ser administrados em filhotes, pois podem interferir negativamente em seu desenvolvimento. Animais desidratados, com disfunção renal ou hepática, devem ter a dose ajustada para sua condição clínica", conclui Mariana Paranhos.

Fonte: Milagre do Verbo Agência de Comunicação