CRF-RJ debate expansão de graduação EAD em Farmácia

Em 2018 49.079 mil vagas foram abertas para o curso de farmácia no modelo EaD, segundo dados do E-Mec. Estes cursos de graduação não respeitam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), contam com corpo docente sem avaliação adequada e não contam com laboratórios para atividades práticas. Para debater os riscos e a expansão de graduações EAD na área de saúde no Rio de Janeiro, o CRF-RJ promoveu o 1º Encontro de Profissionais da Saúde. O encontro aconteceu na Tijuca e reuniu representantes de 16 conselhos regionais de áreas como Odontologia, Enfermagem, Serviço Social, Medicina Veterinária, Biomedicina e Medicina.

         Compuseram a mesa de debates a Presidente do CRF-RJ, Tania Mouço; a Tesoureira e integrante da comissão de Ensino, Carla Coura e o Presidente da Comissão de Ensino, professor Walter Luiz da Conceição. Convidada pelo CRF-RJ, a doutora Ester Massae Okamoto, membro da Comissão de Ensino do CRF-Paraná, apresentou o diagnóstico do crescimento vertiginoso do modelo EAD no Brasil. Ela apontou como os Conselhos estão se mobilizando para coibir a expansão.

          De acordo com a doutora Ester Massae Okamoto em 2017 eram 9,3 mil vagas em EAD. Em fevereiro de 2018 o número saltou, apenas para graduação do curso de farmácia, para 49,1 mil. “Somente com a manifestação da sociedade, o processo poderá ser discutido e adequado as necessidades. Precisamos fazer alguma coisa”, conclamou. Ela lembrou ainda que os cursos não contam com atividades laboratoriais e que as alterações do decreto 9057/2017 não indicam preocupação com a qualidade.

          No final do fórum a presidente Tania Mouço e a integrante da comissão de Ensino do CRF-RJ, Carla Coura, acertaram novos encontros e mobilizações contra a graduação EAD no Rio. Assim como os Conselhos Regionais de São Paulo, Paraná e Ceará, o Rio de Janeiro entra na luta para valorização da profissão e melhoria da formação profissional.

OPINIÕES – A doutora Fátima Cristina Inácio, do Conselho Regional de Biologia, elogiou o 1º Encontro. “Como profissional de saúde é importante lutar pela qualidade. É preciso discutir o tema”.  O Presidente do Conselho Regional de Odontologia, Outair Bastazini ressaltou a iniciativa. “É importante este debate e enfrentamento. Precisamos selecionar o que pode e não pode ser EAD”, encerrou.