Pesquisadores de Minas e do Piauí conquistam Prêmio Riopharma de Trabalhos Científicos

Numa disputa acirrada, que contou com 466 trabalhos inscritos, dois estudos de pesquisadores de Minas Gerais e do Piauí levaram o Prêmio Riopharma de Trabalhos Científicos e vão dividir o prêmio de R$ 7 mil. A lista com os vencedores foi divulgada no último dia do Congresso Riopharma, pela comissão científica.

Durante os três dias do evento, os 389 trabalhos aprovados foram expostos nos corredores do Centro de Convenções SulAmérica, onde aconteceu o 8º Congresso RIOPHARMA.

Os artigos poderiam abordar mais de 40 assuntos distintos, como Farmácia Clínica, Toxicologia, Cosméticos, Fitoterápicos e Doenças Negligenciadas.
Os trabalhos aprovados serão publicados na Revista Brasileira de Farmácia (RBF). Ao todo, foram distribuídos R$ 15 mil em prêmios. Além dos R$ 7 mil para os primeiros colocados, foram destinados R$ 5 mil para o segundo R$ 3 mil para o terceiro.

1º LUGAR

Título: Resultados clínicos do serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa em ambulatório multidisciplinar de diabetes, de Georgiane de Castro Oliveira (UFMG)
Área Temática:
Atenção Farmacêutica
Palavra-chave: Atenção farmacêutica, Resultados clínicos, Diabetes
Resumo: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de oferecimento de gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) para pacientes com Diabetes Mellitus em um ambulatório multidisciplinar no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A metodologia adotada foi a análise descritiva dos atendimentos realizados entre outubro de 2013 e agosto de 2015, com coleta de dados através de prontuários. O ambulatório multidisciplinar funciona às quartas-feiras à tarde e conta com profissionais médicos e farmacêuticos. Além dos atendimentos, o cenário possui também um espaço de educação em saúde, onde os pacientes são convidados a discutir e a compreender melhor o processo saúde/doença, bem como utilizar ferramentas para o autocuidado. O serviço de GTM permite reconhecer as necessidades farmacoterapêuticas do paciente, através da identificação, resolução e prevenção de problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM), utilizando um processo de tomada de decisão lógico e sistemático1. Dessa forma, os medicamentos são avaliados segundo a indicação, efetividade, segurança e conveniência para cada paciente1. Após identificação dos PRM, o farmacêutico constrói, junto ao paciente e à equipe, um plano de cuidado, para cada condição a ser tratada e, em consulta posterior, o paciente retorna para avaliação dos resultados das intervençoes2. Nesse cenário, os pacientes são encaminhados pela equipe de medicina. Trinta e cinco pacientes são acompanhados, atualmente. A média de idade é de 40 anos e 71% são mulheres. A média de condições de saúde foi de 4,7/paciente, sendo que 54% possuem mais de cinco problemas de saúde. Foi observada uma média de 7,9 medicamentos por paciente, sendo que 80% dos pacientes eram considerados polifarmácia (cinco ou mais medicamentos). Já foram feitas 102 consultas, com uma média de 2,9 consultas/paciente. Foram encontrados 81 PRM, sendo 37 resolvidos em colaboração com o médico, 34 resolvidos com o paciente e 10 ainda sem resolução por intervenções não aceitas pela equipe. O serviço de GTM contribuiu para um melhor controle do Diabetes e das outras comorbidades dos pacientes. O número de PRM encontrado mostra a importância do farmacêutico na equipe com o intuito de contribuir no cuidado e na promoção do uso racional de medicamentos.

Título: Implementation of a pharmaceutical care service to patients with inflammatory bowel disease in a university hospital, de Iwson Henrique Fernandes da Costa (UFPI)
Área Temática: Atenção Farmacêutica
Palavra-chave: Crohn disease, Inflammatory bowel disease, Infliximab, Pharmaceutical service
Resumo: Aim of the study: This is an experience report about the implementation of a pharmaceutical care service to patients with inflammatory bowel disease, developed by the Unit of Clinical Pharmacy (UniClinFar) in a University Hospital. Materials & Methods: the service has been provided since 2013 to 91 patients, admitted regularly in the gastroenterology service to receive their Infliximab infusion in the University Hospital at the Federal University of Piaui. In addition to physicians and pharmacists, the multi-disciplinary team includes nurses, social workers and nutritionists. The UniClinFar includes pharmacists, master degree students, residents and pharmacy undergraduate students, and provides pharmaceutical services to patients every infusion of the monoclonal antibody, which happens twice a week in the hospital. The service is carried out through interviews, when specific pharmaceutical care formularies are filled in with socioeconomic data, life habits, clinical history and pharmacotherapeutic profile. A risk score1 is previously applied to the patients and after being selected to follow up, they have to agree with the service by signing a informed consent form (C.A.A.E. 17587913.9.0000.5214). Monthly consultations are carried out for identification and prevention of drug related problems and negative outcomes associated with medications. During these consultations, the pharmacist monitors blood pressure and glucose levels, and posteriorly, pharmaceutical interventions are taken, when necessary. These interventions are addressed to the multi-disciplinary team, finally being presented to the patient as educational materials and so forth. Results: the service developed by the UniClinFar promoted recognition of the pharmacist within the healthcare team, influencing in the therapeutic through interventions regarding since the preparation and administration of infliximab and other medications, as well as drug-drug interactions and adverse drug events. Conclusions: The pharmaceutical interventions highlight the importance of the pharmacist within the team-based care to patients with inflammatory bowel disease, by providing pharmaceutical care services during all the treatment and helping to improve therapeutic outcomes.

2º LUGAR

Título: Gerenciamento da devolução de medicamentos em um hospital de grande porte do Rio de Janeiro, de Luany Tejedor Barros (UFF)
Área Temática: Assistência Farmacêutica
Palavra-Chave: Assistência Farmacêutica, Gestão de recursos, Administração de serviços de saúde, Logística.
Resumo: Objetivo: Apresentar e comparar os resultados do gerenciamento da devolução de medicamentos não utilizados em um hospital de grande porte do Rio de Janeiro. Metodologia: Estudo observacional, transversal prospectivo realizado durante os meses de junho-julho de 2015. No primeiro mês a devolução aconteceu de modo espontâneo pelos setores de internação e no segundo os residentes farmacêuticos realizaram as buscas. Foram avaliados os medicamentos não utilizados através de inspeção visual e classificados como impróprios ou aptos para utilização. Foram classificados aptos aqueles que apresentaram embalagem inviolada, identificação, lote e validade legíveis e mantidos sob refrigeração, quando necessário, até o momento da devolução. Os medicamentos devolvidos ainda foram classificados como: em potencialmente perigosos (MPP), sujeitos a controle especial, alto-custo e antimicrobianos. Para cálculo do valor financeiro, considerou-se o preço de aquisição constante no sistema de gestão de materiais institucional no dia 10 de junho de 2015. Resultado: Durante o mês de junho, foram devolvidas 1788 unidades de medicamentos e, em julho, 2103 unidades, por 14 setores de internação. Em junho, 366 unidades (20.47%) eram impróprias, representando R$ 1434,29. As 1422 unidades restantes (79,53%), aptas contabilizaram R$19.428,94 correspondendo a 93.13% do total financeiro movimentado por esses setores de internação em medicamentos no mesmo período. Dentre os medicamentos aptos para utilização, 12,8% foram classificados como medicamentos potencialmente perigosos, 15,40% sujeitos a controle especial, 16,39% alto-custo e 56,49% como antimicrobianos. Nas devoluções do mês de julho, 1.381 unidades (65,67%) eram impróprias, representando R$ 18.616,62. As 722 unidades restantes (34,33%) foram consideradas aptas e contabilizaram R$8.517,27 correspondendo 31,40% do total devolvido no mês de julho. Dentre os medicamentos aptos para utilização, 14,68% foram classificados como MPP, 24,93% sujeito a controle especial, 16,39% alto-custo e 26,73% antimicrobianos. Uma limitação do sistema de informação para gestão de medicamentos impossibilitou a comparação desses dados com o volume de medicamentos distribuídos aos respectivos setores. Conclusão: Esses resultados demonstram que a devolução tem um impacto financeiro positivo e justificam a implementação da rotina de devolução de medicamentos não utilizados, bem como uma melhor gestão da informação sobre movimentação de medicamentos.

Título: Caracterização do pensamento crítico em estudantes de graduação em farmácia: um estudo piloto, de Franciely Lima da Fonseca (UFS)
Área Temática: Educação Farmacêutica
Palavra-Chave: Pensamento Crítico; Estudantes de Farmácia;
Resumo:  OBJETIVO: O presente estudo objetivou caracterizar o pensamento crítico dos alunos de graduação em farmácia a partir do Instrumento Questionário de Pensamento Crítico para Estudantes e Profissionais da Saúde. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo de delineamento transversal, em março de 2015, o questionário foi aplicado após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, nos estudantes de graduação do curso de Farmácia os quais são submetidos a métodos de ensino ativo e tradicional. O instrumento avalia as competências de pensamento crítico: Interpretação, Análise, Avaliação, Inferência e Explicação. Apresenta 25 questões (5 correspondentes a cada escala) e solicita aos participantes que, diante de uma situação clínica, assinalem aquela que consideram mais correta e mais completa (AMORIM 2013). As associações entre as variáveis foram analisadas por meio do teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: Ao final do estudo obteve-se uma amostra de 35 alunos, desses 29 (82,8%) eram do sexo feminino, 21 (60%) estudaram em escola pública e 31 (81%) não possui atividade remunerada. Em relação ao tempo médio gasto para responder os questionários os alunos gastaram cerca de 40min. Nas análises por escalas de competência os estudantes submetidos à metodologia tradicional apresentaram 76,9% média demonstração de competência critica e 23,1% elevada demonstração para a competência Explicação. Os estudantes ativos 45,4% média e 45,5% elevada demonstração para a mesma competência. Considerando o valor de P<0,05, pode se observar que a escala de Explicação apresentou diferença significativa com P= 0, 0339. Na análise geral das competências de pensamento crítico, ou seja, na soma de total das escalas foi observado que os estudantes submetidos tanto à metodologia ativa (x ?±77) quanto à metodologia tradicional (x ?±76, 3) possuem alta demonstração de competência crítica comum P= 0, 0439. CONCLUSÃO: Com aplicação do questionário foi possível caracterizar as competências de pensamento crítico, se familiarizar com o instrumento e aprimorar o método de coleta de informações. Quanto aos alunos pesquisados estes apresentam alta demonstração de competência crítica. No entanto, quando se refere às competências de pensamento crítico, foi possível observar diferença significativa nas escalas por competências. Contudo, a utilidade dessas informações possibilitou a construção e aplicação de uma ferramenta que permitirá aos professores avaliar a capacidade crítica dos estudante


3º LUGAR

Título: Dispensação de medicamentos na atenção básica à saúde: ênfase na diminuição de erros de medicação, de Ana Elisa Prado Coradi (Faculdade de Medicina do ABC)
Área Temática: Outras
Palavra-Chave: assistência farmacêutica, erros de medicação, unidades básicas de saúde
Resumo:  Objetivo: Investigar erros de medicação identificados nos serviços de saúde e nas residências dos usuários cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) selecionadas. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa farmacoepidemiológica, seccional e prospectiva em 4 UBS no município de São Bernardo do Campo, entre agosto de 2013 à agosto de 2014, através da análise de 1167 prescrições médicas, para verificar os erros de prescrição; 916 acompanhamento na dispensação dos medicamentos, para verificar os erros de dispensação e 308 questionários aplicados aos usuários das UBS, para verificar os erros de administração. Resultados: Das prescrições analisadas, mais de 59% apresentavam algum tipo de erro, dessas 52% apresentaram até 3 tipos de erros diferentes, sendo o mais comum a ausência da via de administração (24%), seguido da duração do tratamento (23,3%); Na dispensação dos medicamentos, o tempo médio do atendimento foi de 2,54 minutos e os usuários não foram orientados a respeito de diversos informações, sendo as mais prevalentes a posologia (46%), horário de administração (31%) e duração do tratamento (15%); com relação aos questionários aplicados, 64% responderam guardar seus medicamentos em armários ou caixas na cozinha, 17% administrar os mesmos muitas vezes com sucos, leite e refrigerantes e 62% descartar os medicamentos vencidos ou que estão inutilizados no lixo comum. Conclusão: Os resultados desse trabalho sugerem que se faz necessário instituir medidas de sensibilização aos prescritores sobre a importância de uma prescrição clara, completa e precisa para que se possa imprimir segurança ao uso do medicamento, e também cabe ao farmacêutico informar e orientar o paciente sobre o uso correto do medicamento, pois uma dispensação com qualidade é fundamental para que a terapêutica medicamentosa do paciente alcance bons resultados.

Título: MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA: ANÁLISE DAS SUSPEITAS DE REAÇÕES ADVERSAS A DIPIRONA EM CRIANÇAS, de Joyce Ferreira Pessanha da Silva Rocha (UFRJ)
Área Temática: Alimentos
Palavra-Chave: Dipirona, Reação adversa, Pediatria
Resumo: Objetivo: Analisar os casos de suspeitas de reações adversas (RA) ao medicamento dipirona, notificados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), envolvendo crianças. Metodologia: Dados do Notivisa referentes às suspeitas de RA envolvendo crianças com até 12 anos no período entre os anos de 2008 e 2013 foram disponibilizados em planilha de Excel® pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, após convênio de colaboração com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Todos os medicamentos envolvidos em suspeitas de RA a medicamentos foram classificados segundo o código internacional ATC (Anatomical Therapeutic Chemical). Essa classificação consiste em dividir os fármacos de acordo com o órgão ou sistema no qual eles atuam, considerando, igualmente, suas características terapêuticas, farmacológicas e químicas1 para posterior seleção dos casos envolvendo a dipirona. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 931.400. Resultados: A dipirona foi o quinto medicamento mais envolvido (n=140, frequência = 4,2%) em suspeitas de RA em crianças no período estudado. Cerca de 30% das notificações foram realizadas no estado de São Paulo, seguidas por Santa Catarina (18%), Ceará (10%), Bahia e Pará (ambos com 8%). Nenhum evento foi notificado no estado do Rio de Janeiro. Crianças do sexo masculino (66%) com idade inferior a um ano foram as mais acometidas (20% dos casos). As principais reações adversas observadas foram: prurido (11,9%), rash (9,6%) e ulceração cutânea (6,8%). Vinte e dois casos foram considerados graves, sendo que em três ocorreram óbitos. Conclusão: Esta é a primeira pesquisa de âmbito nacional de conhecimento dos autores sobre as suspeitas de reações adversas a dipirona. A base de dados analisada recebe notificações voluntárias. Logo, é possível que o problema tenha maior amplitude, por se tratar de um medicamento isento de prescrição médica com alto consumo pela população brasileira, incluindo a pediátrica. Ressalta-se, portanto, a necessidade e relevância do monitoramento do seu uso por profissionais de saúde e pesquisadores do campo da farmacoepidemiologia.