Farmácia universitária torna-se obrigatória para graduação

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Pensando na preparação de futuros profissionais da área da saúde, entre os quais, os farmacêuticos, a Diretoria Nacional de Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou, no dia 4 de março, a Nota Técnica DAES/INEP nº 008/2015. Entre as principais mudanças anunciadas no Instrumento de Avaliação dos Cursos de Graduação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), está a obrigatoriedade da estruturação da Farmácia Universitária para os cursos de Farmácia.


A partir da publicação da nota técnica, todos os cursos de Farmácia precisam, obrigatoriamente, preencher esse pré-requisito em sua infraestrutura. A medida foi comemorada pelos representantes do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que tem defendido essa exigência como fundamental para a maior qualidade na formação dos novos farmacêuticos. “A partir da publicação da nota técnica, iniciamos uma nova etapa da trajetória da formação farmacêutica. Com satisfação, vimos o MEC alinhar-se às aspirações do Conselho”, comenta o professor William Peres, integrante da Comissão de Educação Farmacêutica (Caef) do CFF.


Para Zilamar Costa Fernandes, assessora da Presidência do CFF e também integrante da Caef, a medida é justa e necessária, especialmente diante das mudanças impostas com a publicação da Lei 13.021. Em vigor desde agosto do ano passado, a Lei transforma farmácias e drogarias em unidades de assistência farmacêutica e à saúde, ampliando a gama de serviços ofertados à população. “Precisávamos adequar a formação dos farmacêuticos a essa nova realidade. Os egressos da graduação devem ser capazes de atender às expectativas da sociedade a partir da nova legislação, que reforça a atuação clínica do farmacêutico.”


Na prática, as mudanças de indicadores realizadas nos Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação de Farmácia são o resultado da inserção da legislação profissional farmacêutica como referência para os avaliadores dos cursos in loco do Inep e da revisão de vários elementos nas diferentes dimensões de análise. A farmácia universitária passa a ser avaliada como um cenário de práticas e de estágios efetivos dos estudantes nas instituições superiores de ensino, de modo pleno e eficaz, e também como um laboratório didático especializado de ensino, pesquisa e extensão.


O presidente do CFF, Walter Jorge João, assinala que o Conselho tem se empenhado para resgatar a essência da Farmácia, que é o cuidado ao paciente. “Como entidade que desencadeou o movimento de criação do Fórum Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêutica, como uma das instituições que atuou na linha de frente da batalha pela aprovação da Lei 13.021/14, o CFF vê como necessária e urgente a adequação das farmácias-escolas. “Os cursos de graduação devem isso à sociedade.”


Walter Jorge João acrescenta que a reestruturação da farmácia-escola, transformada em farmácia universitária, consolida uma formação mais próxima da realidade. “O ensino não pode estar dissociado da prática farmacêutica no mercado de trabalho, que hoje vivencia um movimento importante na direção da atuação clínica e do cuidado ao paciente.” Essa reestruturação representa uma mudança muito importante nos indicadores de qualidade dos cursos de Farmácia, argumenta Walter Jorge João.

 

SAIBA MAIS - A obrigatoriedade da farmácia universitária para os cursos de graduação de Farmácia está descrita na página 10 da nota técnica. Para ler o documento na íntegra clique aqui.