Entidades de saúde assinam cooperação global contra o zika

Revistas científicas, ONGs e institutos de pesquisa, incluindo a Fiocruz e a OMS, se comprometem a agilizar o compartilhamento de dados sobre o vírus, destacando que pesquisa é essencial para combater a doença.
Mais de 30 entidades da área da saúde, incluindo revistas científicas, ONGs, fundos e institutos de pesquisa, se comprometeram nesta quarta-feira (10/02) a compartilhar informações e resultados de análises sobre o vírus zika "da forma mais ágil e aberta possível".

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem liderado as pesquisas sobre o patógeno no Brasil, está entre os signatários do acordo, ao lado das Organização Mundial da Saúde (OMS), do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e da fundação francesa Instituto Pasteur.

"A pesquisa é uma parte essencial da resposta a qualquer emergência de saúde global. E isso vale particularmente para o zika, já que se sabe tão pouco sobre o vírus, sobre como se propaga e sobre a possível ligação com a microcefalia", afirmou Jeremy Farrar, diretor da Wellcome Trust, instituição britânica de caridade voltada para a saúde, que também assinou o acordo.

A declaração conjunta emitida pelas entidades tem o objetivo de garantir que qualquer informação importante no combate ao zika seja disponibilizada à comunidade internacional sem taxas ou burocracia. A Fundação Bill e Melinda Gates, a ONG Médicos sem Fronteiras e a revista Nature também entraram no acordo.

"No contexto de uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, é imperativo que todas as partes disponibilizem qualquer informação que possa ter algum valor para combater a crise", diz o documento. "Os argumentos para o compartilhamento de dados e as consequências de não fazê-lo foram colocados em completa evidência pelos surtos de ebola e zika."

Cientistas em todo o mundo têm feito esforços para desenvolver uma vacina contra o zika e conhecer melhor o vírus. Pesquisadores estrangeiros reclamam que o Brasil não está compartilhando amostras e dados suficientes sobre o zika.

Segundo reportagem da agência de notícias Associated Press (AP), a burocracia imposta pelo governo brasileiro tem forçado laboratórios americanos e europeus a trabalhar com amostras de epidemias anteriores, o que prejudica o desenvolvimento de testes diagnósticos, medicamentos e vacinas.

No início deste mês, o ministro brasileiro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou que especialistas dos EUA iniciariam o trabalho de desenvolvimento de uma vacina contra o zika em parceria com o Brasil.

Fonte: Terra