Estudante de Mesquita ganha Prêmio Cientista do Futuro com pesquisa sobre remédio para malária

Wagner se divide entre a paixão por música e as pesquisas no laboratório

Quem vê o DJ Wagner Alexandre Martins, de 39 anos, tocando em festas, não imagina que por trás daquela parafernália musical se esconde um futuro cientista. Morador de Mesquita, ele está no 10º período da faculdade de farmácia na Uniabeu, e acaba de conquistar o terceiro lugar no Prêmio Cientista do Futuro 2015, da Fiocruz, com o projeto “Síntese e avaliação antimalária de novos híbridos da Atorvastatina”. Uma expressão complicada que, trocada em miúdos, nada mais é do que a busca pela cura da malária.

— Não tinha tanta esperança de ficar entre os três primeiros porque todos os projetos eram muito bons — diz ele, que foi analisado pelos mais importantes nomes da ciência de fármacos do Brasil e do mundo: — Vários alunos apresentaram em outros idiomas e fiquei nervoso, mas aí me lembrei de algumas músicas para relaxar e deu tudo certo.

O prêmio, concedido a cada dois anos, recebeu cerca de 300 inscrições e teve com uma fase eliminatória, onde restaram apenas 73.

— Foram necessários foco, dedicação e organização. Como autônomo, consegui montar uma agenda capaz de aliar o trabalho com a música, que é o meu sustento e também meu lazer, com a pesquisa, que significa meu projeto maior: ajudar pessoas que tanto precisam em relação a doenças negligenciadas — diz ele: — A malária é uma das doenças que mais matam no mundo.

E quem pensa que o estudante é nerd, se engana. O universitário divide seu tempo entre as aulas na faculdade e a seleção de músicas de todos os estilos para o repertório dos eventos que anima.

— Sempre gostei de música. Ela anda de mãos dadas com a farmácia — conta.

Entre livros, discos de vinil, tubos de ensaio, toca-discos, fórmulas e pesquisas, o DJ cientista já sonha com o mestrado em química medicinal, ainda este ano.

— Não esperava ganhar o prêmio, mas ele veio. Isso é o somatório de esforço, esperança e vontade de fazer o bem às pessoas. Essa vitória significa um novo gás para me preparar para o mestrado — planeja Wagner.

De acordo com o coordenador do curso de farmácia da Uniabeu, Aloízio Antônio de Santa Helena, o prêmio da Fiocruz também é um grande reconhecimento para a universidade.

— A nossa graduação incentiva a inicialização científica, buscando parcerias para consolidar também as pesquisas — observa Aloízio.

Fonte: Jornal Extra