CFF oferecerá programa de suporte ao farmacêutico para a atuação clínica

Segundo o doutor Walter Jorge João, programa foi pensado a partir das resoluções 585 e 586   

O processo de industrialização ao mesmo tempo em que ampliou o acesso aos medicamentos afastou os farmacêuticos de seu papel histórico de cuidadores. Preocupado com esse distanciamento, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) assumiu, a partir de 2012, a linha de frente de um movimento de resgate dessa importante área de atuação profissional. De lá para cá, uma série de medidas foi adotada pelo CFF para respaldar e impulsionar a Farmácia Clínica no País. Uma delas foi oficialmente anunciada durante a 439ª Reunião Plenária do conselho na manhã desta quinta-feira, dia 28 de janeiro, com o lançamento do Programa de Suporte ao Cuidado Farmacêutico na Atenção à Saúde (Profar).

Na oportunidade também foi apresentado o primeiro curso de educação a distância (EaD) da instituição, intitulado Prescrição Farmacêutica no Manejo de Problemas de Saúde Autolimitados, e o primeiro de uma série de nove guias de prática clínica, que terá como tema espirro e congestão nasal. A iniciativa foi aplaudida por todos os conselheiros federais, que reconheceram na medida, um grande avanço, um incentivo aos farmacêuticos para que eles possam assumir sua autoridade técnica como profissionais da saúde.

O lançamento do Profar faz parte das comemorações do CFF pelo Dia do Farmacêutico, 20 de janeiro. “É uma satisfação para todos nós, da Diretoria do CFF, poder cumprir mais uma meta de nossa gestão”, disse o presidente do conselho, Walter da Silva Jorge João. Ele explicou que o Profar foi planejado em seguida à publicação das resoluções/CFF nº 585/13 e nº 586/13, que dispõem sobre as atribuições clínicas do farmacêutico e a prescrição farmacêutica. “O programa foi pensado a partir do consenso entre a Diretoria do CFF, as assessorias Técnica e da Presidência e o grupo de consultores ad hoc, de que o Conselho deveria oferecer não só o aparato regulamentar, mas também o apoio técnico aos farmacêuticos que atuam ou que estão interessados em atuar clinicamente.”

Alguns dos objetivos do Profar são disseminação de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades para a provisão de serviços farmacêuticos que visem proporcionar cuidado ao paciente, à família e à comunidade. De acordo com Josélia Frade, coordenadora do Profar, “o foco principal é contribuir para o uso racional de medicamentos, a otimização da farmacoterapia, a prevenção de doenças e a promoção e a recuperação da saúde, por meio da prestação de serviços farmacêuticos”, disse.

Ela destacou em sua apresentação de hoje que está em fase de revisão um documento que tratará da carteira de serviços que o CFF decidiu estimular sua implantação no país. Entre estes estão o acompanhamento farmacoterapêutico, a conciliação de medicamentos, a revisão da farmacoterapia, a educação em saúde, o rastreamento em saúde, a monitorização terapêutica de medicamentos, a gestão da condição de saúde e o manejo de problemas de saúde autolimitados.

Coube a Josélia Frade fazer uma exposição sobre a pauta do CFF para o fortalecimento da Farmácia Clínica no Brasil, desde 2012 e ao consultor ad hoc do CFF, Cassyano Correr, apresentar o curso EaD. Ele explicou que o curso terá como objetivo principal prover os fundamentos para que os farmacêuticos conheçam, compreendam e apliquem o processo de raciocínio clinico para a prescrição farmacêutica no manejo de problemas de saúde autolimitados. “Não se trata de um curso de especialização, mas um curso voltado ao nivelamento do conhecimento técnico-científico do profissional para sua atuação na área clínica”, explanou.

O curso pretende oferecer aos farmacêuticos o conhecimento necessário sobre o embasamento legal das atribuições clínicas do farmacêutico, incluindo a prescrição farmacêutica; as etapas do processo semiológico, aplicando-as ao manejo de problemas de saúde autolimitados; os aspectos da comunicação com o paciente, aplicando-os à construção de uma relação terapêutica; a documentação do processo de cuidado ao paciente e a prescrição farmacêutica, e a aplicação do conhecimento adquirido para tomada de decisões em situações da prática clínica. Por meio de uma plataforma online os farmacêuticos terão acesso a todo o material didático do curso, que inclui apostilas, vídeo-aulas, conteúdo interativo e questionários eletrônicos para avaliação.

A matrícula e a emissão dos certificados também serão feitas pela internet. “É importante destacar que se trata de um curso inédito, sério, de conteúdo exclusivo e elaborado para o fim a que se destina, com um sistema de avaliação para obtenção do certificado. Tudo foi pensado para possibilitar que o farmacêutico, de fato, adquira o conhecimento de que necessita para atuar clinicamente.”

Cassyano Correr lembrou que o curso EaD foi o resultado do trabalho de uma equipe. Além dele, participaram os farmacêuticos Agnes Nogueira Gossenheimer (UFRGS), Alessandra Rezende Mesquita (UFS), Alessandra Russo de Freitas (Cebrim/CFF), Alexandra Czepula (UFPR), Angelita Cristine de Melo (UFSJ), Chiara Erminia da Rocha (UFS), Clóvis Santana Reis (Faculdade Maria Milza/BA), Dayani Galato (UNB), Elaine das Graças Frade (UFLA), Fabio Teixeira Ferracini (Hospital Albert Einstein), Josélia Cintya Quintão Pena Frade (Assessora da Presidência/CFF), Mateus Alves (UFMG), Michel F Otuki (UFPR), Rafael Mota Pinheiro (UNB), Rinaldo Ferreira (Associação dos farmacêuticos proprietários de farmácia), Tarcísio José Palhano (assessor da Presidência/CFF), Thais Teles de Souza (UFPR) e Wellington Barros da Silva (UFS), além da funcionária do CFF, Ilana Socolik (CFF).

A apresentação foi fechada com um agradecimento da coordenadora do Profar, Josélia Frade. “Agradeço aos colegas que participaram da construção desde curso e aos que nos inspiraram com suas experiências em educação a distância: Silvana Nair Leite (UFSC), Mauro Silveira de Castro (UFRGS), Carine Raquel Blatt (UFCSPA) e Ricardo Ferreira Nantes (Portal Educação)”, disse ela. “Agradeço também ao presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, e demais diretores e conselheiros federais, pela confiança e por acreditarem e apoiarem esta proposta. Foi um grande aprendizado a oportunidade de coordenar a construção deste curso.”

Fonte: CFF