Videogames podem ser usados para tratar doenças psicológicas

o meio do ano passado, o pesquisador e professor de neurologia, psicologia e psiquiatria Adam Gazzaley passou dois meses jogando videogame para provar que jogos podem ser tão clinicamente eficientes quanto remédios.

Durante o projeto, chamado de Neuroman, ele jogou três games: Meditrain – que melhora os níveis cognitivos e de atenção, estimulados pela meditação –, Rythmicity – desenvolvido em parceria com os percussionistas Mickey Hart, da banda Grateful Dead, e Rob Garza, do grupo Thivery Corporation, que trabalha a hipótese de a pessoa se tornar mais rítmica para aumentar a coerência entre áreas do cérebro –, e Body Brain Trainer, um jogo que treina a condição física e cognitiva usando captura de movimentos.

Depois de dois meses de jogos, o professor de 46 anos conseguiu atingir resultados compatíveis a um jovem de 20 anos. “Este projeto é diferente de qualquer coisa em que estive envolvido antes”, conta Gazzeley à revista Wired. “Eu sempre fui o pesquisador, então participar do estudo dá uma visão única. Eu ajudei a desenvolver esses jogos e agora estou testando eles. É uma ótima oportunidade também para testar minhas próprias capacidades física e cognitivas”.

Para avaliar seu progresso, Gazzeley usou exames de ressonância magnética, eletroencefalograma, testes de estresse, testes físicos, monitoramento de sono e análise da saliva e do sangue. O projeto Neuroman não será uma validação científica de que os jogos podem ser um novo tratamento para alguma doença, mas o pesquisador acredita que uma conclusão positiva do estudo pode mostrar que os games são um tipo de terapia alternativa.

Ele também é sócio fundador da Akili Interactive, uma desenvolvedora de games, responsável pelo jogo Evo, aprovado pelo Ministério da Saúde dos Estados Unidos para tratar de pacientes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

A esperança do professor é que 2016 seja um ano repleto de testes de jogos medicinais. Segundo ele, o Ministério da Saúde americano também aprovou games que ajudam a tratar depressão, traumatismo cranioencefálico, demência e autismo. “Por 50 anos, tentamos tratar essas doenças com drogas. Não tivemos muito sucesso. É hora de tentar algo novo”, opina Gazzaley.

Fonte: Galileu